quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Glória

De pé há mais de vinte minutos, me ajeito perto da porta do vagão para saltar em breve. O metrô está cheio e as paradas anteriores só serviram para trocar o número de pessoas que desembarcaram pelas que embarcaram. A penúltima estação antes do meu destino é anunciada. Como em todas as manhãs me impaciento e penso se não deveria ser suprimida esta inútil escala. Afinal, é comum que ali que ninguém entre ou saia do trem, exceto raríssimas exceções. Desconfio que a vida está se extinguindo na Glória.


Lambido pelo mar, agora empurrado para longe pelo aterro, o bairro já não guarda mais do que senão poucas lembranças de um passado de glória, talvez inspirado pela padroeira que lhe emprestou o nome. Do alto do outeiro, a santa contempla, desolada, a transformação do lugar em um amontoado de prédios tristes, despojados de seus momentos de 


Nenhum comentário:

Postar um comentário