Se quem entende do negócio não
se entende, o que dirá de quem não entende nada. Desde que esse vírus chegou no
Brasil, a confusão foi formada. E a coisa parece que chegou de surpresa. O ano
começou, o Carnaval chegou e a gente nem se preocupou. Disseram que era coisa
de chinês e por lá mesmo ficaria. Quanta coisa acontece na China e a gente não
fica sabendo como termina. Quem sabe como termina o campeonato chinês de
futebol? Ninguém. Acho que nem eles. Aliás, será que tem futebol na China?
Estádio tem de montão, mas eles usam para execução coletiva. Aquele monte de
chinês ajoelhado, um soldado de cada lado e um atrás com o fuzil apontado.
Dizem que tem dia que são mais de 500 execuções, o que significa que tem 1.500
soldados ali. Se botasse essa tropa para trabalhar, talvez nem tivesse tanto
crime e não precisaria matar tanta gente. Mas dizem que isso é popular. Até
transmitem pela televisão.
A China sempre foi um
mistério. Nem tanto por eles, mas pela distância mesmo. Hoje até é mais fácil
saber o que existe por lá. Tem Internet e avião está mais em conta. Quer dizer,
quando tinha avião para lá, porque agora está tudo parado. Era criança e aprendi
que na China quando alguém é executado a bala é cobrada da família. Nunca soube
se isso era verdade, mas acredito que não. E se a família se recusasse a pagar?
Seriam executados? Aí o prejuízo seria maior, porque seriam mais balas e não
teria ninguém a quem cobrar. Dizem que os chineses vendem órgãos dos
condenados, olhos principalmente. Não sei se já descontam o preço da bala e
devolvem o resto para a família. Se bem que olho de chinês é pequeno e não deve
valer grande coisa. Não serve em qualquer um. Talvez em japonês ou coreano.
A China faz de tudo, de tênis
a foguete. Não se pode dizer que é falsificação, já que eles escrevem que é
fabricado lá. Mas é mesmo esquisito. Recentemente, saiu a notícia de que a
China abolira o hábito de comer cachorro, mas lá as coisas não são bem claras.
Não se abole um hábito por decreto. Pode se proibir por decreto, mas hábito some
aos poucos e nem todo mundo larga ao mesmo tempo. Pelo sim pelo não, a
cachorrada tem motivos de sobra para ainda não andar tranquila pelas ruas da
China. Aqui já pode andar à vontade, porque há tempos não se fala mais em
carrocinha. Acho que nem existe mais. Cachorro agora é capturado em fotografia
para rede social, ou vídeo, se fizer algum tipo de gracinha, qualquer uma,
mesmo destruir sofá.
Uma entidade chamada China Rescue
Dogs, preocupada com possível recaída dos chineses, enviou milhares de cachorros
da China para países onde estivessem a salvo, sendo que a maioria foi para
Estados Unidos e Canadá. A confusão nos aeroportos foi grande, e não podia se
esperar outra coisa. Para começar, a cachorrada foi despachada de qualquer
jeito, sem lugar certo para ficar. Como medida de economia, a tal entidade
pediu que passageiros que estivessem viajando para aqueles países levassem os
cães como se fossem seus. Mesmo com a recomendação que se faz em qualquer aeroporto
do mundo, de não levar qualquer bagagem que não seja sua, os refugiados devem
ter feito aquela carinha de cachorro carente que amolece o coração das pessoas,
menos o meu. Tenho cachorro em casa e sei que são excelentes atores. Fazem cara
de fome, de sede, de vontade de brincar, de ir ao banheiro, enfim, como não
falam, fazem mímica. Nem Marcel Marceau, o mímico mais popular da França, teria
tanto talento.
A necessidade faz o sapo
pular, ou melhor, faz o cachorro interpretar e os cachorros da China aprenderam
a fazer cara de quem quer ir para os Estados Unidos. O problema, no entanto,
foi que, ao chegar nos Estados Unidos ou no Canadá, o passageiro que aceitou
levar o cachorro como se fosse seu, simplesmente passou pela imigração e foi
cuidar da vida, largando o cachorro na esteira de bagagens. Quem assistiu o filme
O Terminal, onde o personagem de Tom Hanks ficava zanzando no aeroporto, após
ter sua entrada negada nos Estados Unidos, e também não podia voltar para seu
país de origem, que acabara de sofrer um golpe de estado e seu passaporte
perdera a validade. No caso do filme, o passageiro se virava como podia. Usava
os banheiros, arrumava um jeito de ganhar umas moedinhas devolvendo os
carrinhos de bagagem no equipamento automático, ou seja, fazendo coisas que
cachorro, por mais inteligente que seja, não conseguiria fazer.
Há muito tempo que os
cachorros chineses não visitavam outros países. Quando criança, quase todos
meus amigos tinham cachorro pequinês em casa. Como o nome diz, pequinês vem de
Pequim. Não sei como surgiu aquela invasão canina chinesa, só sei que eles
fizeram um baita sucesso. Não eram bonitos, ao contrário, eram até feios demais,
os dentes de baixo ficavam à mostra e os olhos eram mais saltados dos que os do
Érick Jacquin, do MasterChef. Não sei ser era lenda, mas falavam que se puxassem
a pele da cabeça deles para trás os olhos saltavam das órbitas e só uma
cirurgia poderia recolocá-los no lugar. Nunca soube de nenhum caso, mas também
nunca soube de que alguém tenha feito algum afago na cabeça daquelas feiuras,
que tinham um gênio insuportável. Lá em casa nunca tivemos pequinês, talvez porque
tivéssemos uma irmã com o gênio bem difícil e a cota de mau humor já estivesse
preenchida.
Os pequineses sumiram do
Brasil, assim esperava, mas, recentemente, vi uma dondoca, vestida de camisa da
Seleção Brasileira, com dois deles, passeando em uma praça de Ipanema.
Perguntei se eram muito velhos ou descendentes de criação antiga da família, e
ela respondeu que havia comprado recentemente. Era só o que faltava. Esses
bichos estão de volta e ainda por cima são vendidos. Escaparam de virar
acompanhamento de chop suey para ser acompanhantes de madame. Provavelmente ela
não sabe que são oriundos de país comunista, senão já teria dado fim neles ou
não teria nem comprado.
Hoje a China vira notícia de
novo. Depois de um ano sendo acusada de criar um vírus para bagunçar a economia
mundial, a China desenvolve a vacina para a Covid e a histeria agora é outra.
Falam que o vírus foi criado para que as pessoas se vacinassem e a vacina
conteria um chip que faria com que a humanidade fosse dominada. Isso aí está
com cara de roteiro de Regina Duarte com colaboração de Olavo de Carvalho.
E o Brasil cisma de ensinar à
China como se faz comércio. Diz que eles devem bater à porta dos países para vender
o estoque de vacinas produzidas. Acho que o quepe aperta demais a cabeça e
prejudica os miolos. Se toda a capacidade de produção de vacinas fosse atingida
hoje, ainda assim não seria suficiente para quase metade da população mundial.
Quem deve bater à porta de quem? Uma coisa, porém, é certa. Se a China está
enviando tantos cachorros para o ocidente, que já mande vacinados. Se a gente
não merece, que pelo menos eles estejam protegidos.
Rio de Janeiro/RJ, 03 de
janeiro de 2021
Nenhum comentário:
Postar um comentário